A lição de jubilação do professor catedrático de Engenharia Civil que ensinou várias gerações de engenheiros aconteceu a 20 de abril.
As confissões do professor João Azevedo “para além do engenho” na sua jubilação
A lição de Jubilação do professor João Azevedo, intitulada “Para além do engenho”, ocorreu ao final da tarde do dia 20 de abril, no Centro de Congressos do Instituto Superior Técnico, no campus Alameda.
Ao longo de quase 50 anos de ensino “foi o mestre, na sua área de especialidade, de várias dezenas de gerações na Engenharia Civil” que passaram pela “melhor escola” que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também presente na sessão, afirmou ter conhecido “em Portugal”. “Um falso tranquilo que é uma força da natureza” para fazer o que acredita estar certo, nas palavras do professor Rogério Colaço, presidente do Instituto Superior Técnico, no arranque da sessão.
A um “mestre do silêncio”, como lhe chamou o Reitor da Universidade de Lisboa, professor Luís Ferreira, as palavras chegaram até de Stanford. O professor Haresh Shah, seu orientador de doutoramento, reclamou por vídeo a sua visita, numa surpresa preparada por Luís Calado, professor Catedrático do Técnico. Desde uma fotografia, provavelmente a única, com bigode a um momento musical foram várias as revelações sobre o agora professor jubilado, feitas pelo colega.
Sobre o significado de jubilação, o Presidente do Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura, professor António Pinheiro afirmou que “além de uma aposentação honrosa”, o professor João Azevedo deixa também “o júbilo pela carreira que fez no Técnico”.
Sob o título alternativo “Eu, JA, lhes confesso”, a lição do professor João Azevedo foi uma viagem entre afeições e angústias, entre a infância e o futuro, entre Caminha e Vila Viçosa. Sempre com a engenharia como “uma realidade central na vida” (em particular a sísmica). Para o Instituto Superior Técnico, o “homem amável” e “excecional”, nas palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, o homenageado sugeriu um slogan: “uma grande família, responsável e livre à busca da ciência”. E, por “nada se fazer sozinho”, o “Senhor Engenheiro Joãozinho” (como era chamado em Caminha quando era um jovem engenheiro) deixou “a todos” o seu “bem-haja”.
Das mãos do Presidente da República, João Azevedo recebeu as insígnias da Ordem da Instrução Pública destinada a galardoar altos serviços prestados à causa da educação e do ensino.